Que a diplomacia é um ato desconhecido no Governo Marcos Rocha, e a importância dela ainda mais, disso ninguém duvida. Desde o início da gestão, a falta de articulação política é clara na atual administração estadual conquistada à base da carona com a onda bolsonarista. Mas, quando pensamos que nada mais pode surpreender no atual desgoverno rondoniense, pela primeira vez na história de um Governo do Estado, um represente federal é barrado na porta do Palácio Rio Madeira.
Isso mesmo, o ex-secretário de saúde do estado Williames Pimentel e a ex-secretária da Secretaria de Ação Social (SEAS) e atual coordenadora estadual do senador Confúcio Moura em RO, Vilma Alves foram simplesmente impedidos de participar da reunião com o ministro interino da Saúde General Eduardo Pazuello, que cumpriu agenda oficial na tarde desta segunda-feira (15) na capital do estado.
Williames Pimentel foi designado para representar Confúcio Moura, que é presidente da Comissão de Fiscalização dos gastos com a pandemia do Covid 19 no Congresso Nacional, e que inclusive, pasmem, foi quem articulou a vinda do ministro para Rondônia. Vilma o acompanhou como assessora especial do senador. Mas a despreparada (ou não) equipe da Casa Militar do governador, não quis saber, simplesmente barrou os dois, e eles não participaram da reunião.
Em entrevista antes de se dirigir até o Centro Administrativo, Willames Pimentel, relatou que era a primeira vez, após um ano e seis meses que voltava ao Palácio Rio Madeira e ressaltou a importância da presença do ministro do estado para traçar diretrizes mais eficazes em relação às medidas de combate e prevenção ao Covid no estado. Porém, foi surpreendido com a desfaçatez e falta de traquejo político da equipe Marcos Rocha, que desconsiderou que no momento, é mais que nunca, oportuno e crucial que se deixe as diferenças políticas de lado, e trabalhem unidos para vencer a Covid-19, que já registrou mais de 13 mil casos positivos e 346 mortes em Rondônia até a noite desta terça-feira (16).
Quando o Cerimonial percebeu a lambança, foi tarde demais, o representante do presidente nacional da Comissão de Fiscalização do Coronavírus no Brasil já estava fora das imediações do Palácio Rio Madeira, pois considerou o ato uma indelicadeza e falta de sensatez.
Deputados repudiam
A atitude da equipe do atual governador, levou os deputados estaduais a se manifestarem durante a Sessão desta terça da Assembleia Legislativa. O presidente da Casa de Leis, deputado Laerte Gomes repudiou a atitude dos assessores do governador e taxou o fato como lamentável. Disse que os assessores próximo à Marcos Rocha têm de “baixar um pouquinho, ficar mais humildes e deixar a prepotência de lado. O Pimentel tem trabalho mostrado no estado juntamente com a Vilma e, devido à larga experiência, reconhecida nacionalmente, os dois têm muito a contribuir com o estado e o Ministério da Saúde.
“Fica aqui a nossa Nota de Repúdio pela atitude dos assessores do Governo do estado”, rechaçou Laerte Gomes, também criticando o cerimonial do Governo, que segundo ele, comunicou os deputados em “cima da hora” sobre agenda em Vilhena e não convidou nenhum dos parlamentares estaduais para a reunião com o ministro da Saúde.
“Não é assim que se constrói uma boa relação. Falta articulação política, e respeito com o parlamento”, complementou o presidente da Assembleia, que desde o início do mandato, reclama do distanciamento entre Governo e Legislativo Estadual.
O deputado Ezequiel Neiva considerou a atitude “uma injustiça”, pois conforme relatou, Williams Pimentel foi secretário da Saúde no Governo Confúcio Moura e deixou como legado, grandes ações realizadas em favor da população em todo o estado. O parlamentar também reforçou as criticas à equipe do Governo que não inclui os representantes da Bancada Estadual na agenda de compromissos do Executivo.
Jean de Oliveira engrossou o repúdio, lembrou que Willames Pimentel e Vilma Alves, foram colegas de trabalho do atual governador Marcos Rocha. “Os três foram secretários do ex-governador e atual senador Confúcio Moura. Que o governador Marcos Rocha não permita que isso aconteça mais no Governo dele”, disse, acrescentando que “se o tratamento com os que fizeram parte do ex-governo ou meu partido, é este: de discriminar, não contem comigo, pois não vamos mais passar por este constrangimento!”.
Chiquinho da Emater também se uniu às falas e deixou seu protesto em relação ao episódio, concordando que ambos representantes poderiam colaborar com a reunião pela larga experiência que possuem.
Apesar do repúdio em coro dos deputados, até o momento, o governador Marcos Rocha, não pronunciou uma única palavra em relação a atitude de sua equipe. Somada ambas atitudes: da equipe e o silêncio do governador, fica a pergunta: foi falta de traquejo mesmo, ou cumprimento de ordem?
Fonte: Rondoniavivo