Vendas do comércio crescem 8% em junho, mas setor tem pior semestre desde 2016

Apesar da segunda alta mensal seguida, varejo brasileiro acumula queda de 3,1% no ano e de 0,1% em 12 meses.
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As vendas do comércio varejista cresceram 8% em junho, na comparação com maio, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da segunda alta consecutiva do setor, após tombo nos meses de março e abril.

Na comparação com junho de 2019, houve alta de 0,5%.

Com o resultado, o varejo brasileiro acumula queda de 3,1% no ano e de 0,1% em 12 meses.

resultado veio acima do esperado pelo mercado. A expectativa em pesquisa da Reuters era de alta de 5,40% na comparação mensal e de queda de 3,45% sobre um ano antes.

Vendas do comércio mês a mês — Foto: Economia G1

Vendas do comércio mês a mês — Foto: Economia G1

A alta recorde de maio foi revisada pelo IBGE para 14,4%, ante leitura inicial de avanço de 13,9%.

“Apesar dos números positivos nesses dois meses, o varejo fechou o primeiro semestre com -3,1%, frente ao primeiro semestre de 2019, influenciado pelas medidas de isolamento social para contenção da pandemia de Covid-19. Esse resultado semestral é o menor desde o segundo semestre de 2016 (- 5,6%)”, destacou o IBGE.

 

Apesar do resultado mostrar uma continuidade da recuperação do comércio, o patamar de vendas segue 4,8% abaixo do recorde alcançado em outubro 2014. Em abril, essa distância chegou a 22,9%.

Queda recorde de 7,8% no 2 trimestre

 

O comércio fechou o 2º trimestre com queda de 7,8% em relação aos 3 meses anteriores, o maior tombo trimestral do setor já registrado pela pesquisa. No primeiro trimestre, o recuo havia sido de 1,7% sobre o 4º trimestre.

Destaques do mês

 

Com exceção de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (2,7%), todas as outras 7 atividades analisadas pela pesquisa cresceram ante. Os maiores percentuais de avanço foram observados nas vendas de livros, jornais, revistas e papelarias (69,1%), tecidos, vestuário e calçados (53,2%), móveis e eletrodomésticos (31%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (26,1%).

“Os resultados positivos eram esperados porque viemos de uma base de comparação muito baixa, que foi o mês de abril (-17%). Esse crescimento, então, foi praticamente generalizado, distribuído em quase todas as atividades. Desde o começo da pandemia, a gente bate muitos recordes, tanto negativos quanto positivos, então os números estão muito voláteis”, observou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Perspectivas

 

Depois do forte tombo em março e abril, em meio às medidas de isolamento social para combater a pandemia, a economia tem mostrado sinais de recuperação, mas a incerteza permanece elevada diante do número ainda elevado de casos de coronavírus e queda da renda da população.

produção industrial cresceu 8,9% em junho, na comparação com maio. Foi a segunda alta seguida do setor, mas ainda insuficiente para eliminar a perda de 26,6% acumulada nos meses de março e abril, quando o setor atingiu o nível mais baixo já registrado no país. No 2º trimestre, a indústria teve queda de 17,5%, na comparação com os 3 primeiros meses do ano, e tombo de 19,4% contra o mesmo trimestre do ano passado.

A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostra que a expectativa do mercado é de retração de 5,62% para a economia brasileira em 2020.

Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos. Nos três primeiros meses de 2020, foi registrada uma retração de 1,5% na economia brasileira. O IBGE divulgará os dados sobre o segundo trimestre em 1º de setembro.

FONTE: G1

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