Premiê do Japão, Shinzo Abe, anuncia que irá renunciar ao cargo por problema de saúde

Abe sofre de colite ulcerosa crônica, doença que o tirou do poder em 2007. Ele permanecerá no cargo até o sucessor ser escolhido.
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O primeiro-ministro do JapãoShinzo Abe, anunciou nesta sexta-feira (28) que deixará o cargo por motivos de saúde. O premiê, porém, permanecerá exercendo suas funções até que o seu substituto seja nomeado.

“Minhas condições de saúde não são perfeitas. Problemas de saúde podem levar a decisões políticas erradas. Decidi renunciar ao cargo de primeiro-ministro”, disse Abe em entrevista coletiva em Tóquio.

 

Abe, de 65 anos, afirmou que voltou a sofrer recentemente de colite ulcerosa crônica, uma doença inflamatória intestinal não curável, que o forçou a renunciar em seu primeiro mandato (2006-2007).

Embora tenha sentido uma certa melhora, não há previsão para que a crise seja controlada.

Trajetória de Abe

 

Foto de arquivo mostra encontro do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, com Donald Trump, durante o G7 — Foto: Nicholas Kamm/AFP

Foto de arquivo mostra encontro do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, com Donald Trump, durante o G7 — Foto: Nicholas Kamm/AFP

Abe foi preparado para seguir os passos de seu avô, o ex-primeiro-ministro Nobusuke Kishi. Ele se tornou o primeiro-ministro mais jovem do Japão em 2006, aos 52 anos, mas sua primeira passagem foi interrompida abruptamente por causa de seu problema de saúde.

Na segunda-feira (24), Abe bateu o recorde de longevidade no cargo de primeiro-ministro do Japão no mesmo mandato (2.799 dias consecutivos). Ele já havia superado a marca em novembro do ano passado, mas contando sua primeira passagem à frente do país, muito mais efêmera (um ano entre 2006 e 2007).

Foto de arquivo mostra Shinzo Abe, vestido de azul, conversando com cientistas que trabalham na central nuclear de Fukushima — Foto: Itsuo Inouye/AP

Foto de arquivo mostra Shinzo Abe, vestido de azul, conversando com cientistas que trabalham na central nuclear de Fukushima — Foto: Itsuo Inouye/AP

Sua retórica política frequentemente mencionava a necessidade de fazer com que o Japão tivesse um papel mais relevante nos assuntos internacionais.

Nesta gestão, Shinzo Abe estabeleceu fortes laços com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e desagradou as vizinhas Chinas e Coreias por conta do seu nacionalismo. Enquanto tirava o Japão da recessão, a economia do país foi duramente atingida pela pandemia.

A sua popularidade caiu nos últimos meses e registrou o menor nível desde que retornou ao poder em 2012. Ele é fortemente criticado por sua gestão na pandemia. O país registrou até o momento 1,2 mil mortes e 62 mil contágios, sendo que o número de casos voltou a aumentar desde o início de julho.

O premiê japonês, Shinzo Abe, tira máscara antes de falar em coletiva de imprensa em sua residência oficial em Tóquio nesta segunda, 4 de maio de 2020 — Foto: Eugene Hoshiko/AP

O premiê japonês, Shinzo Abe, tira máscara antes de falar em coletiva de imprensa em sua residência oficial em Tóquio nesta segunda, 4 de maio de 2020 — Foto: Eugene Hoshiko/AP

Futuro premiê

 

O novo chefe de governo provavelmente será o vencedor das eleições pela presidência do Partido Liberal-Democrata, atualmente comandado por Abe. Posteriormente, ele precisa ser aprovado pelo Parlamento.

O premiê não fez comentários sobre o possível sucessor, mas disse que “todos os nomes que circulam fazem referência a pessoas muito capacitadas”.

O porta-voz do governo, Yoshihide Suga, e o ministro das Finanças, Taro Aso, são apontados como os nomes mais fortes para a sucessão. O ex-ministro da Defesa, Shigeru Ishiba, e o atual, Taro Kono, além do ex-ministro das Relações Exteriores e estrategista político do Partido Liberal-Democrata, Fumio Kishida, também são potenciais candidatos.

FONTE: G1 

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