Mais de 800 focos de queimada são registrados na terceira semana de agosto em Rondônia

No dia 18 de agosto, Porto Velho foi a cidade que registrou o maior número de focos em todo o país. Dados são do programa de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
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Mais de 800 focos de queimadas foram registrados em Rondônia entre os dias 15 de 21 agosto, segundo dados coletados pelo satélite de referência Aqua do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os 807 focos contabilizados representam 8,4% a mais que o registrado na semana anterior, e uma média de 115,3 focos por dia.

Porto Velho está no topo do ranking dos municípios do estado, com 366 pontos de queimadas que representam cerca de 46% de tudo o que foi registrado em Rondônia.

Focos de queimada registrados no municípios de Rondônia
Porto Velho foi a cidade com o maior número de focos visualizados
Porto Velho: 45,98 %Nova Mamoré: 11,68 %Candeias do Jamari: 8,79 %Cujubim: 8,67 %São Francisco do Guaporé: 4,4 %Nova União: 2,64 %Urupá: 2,39 %Chupinguaia: 2,14 %Vilhena: 1,63 %Corumbiara: 1,38 %Outras 21 cidades com 10 ou menos focos: 10,3 %

Chupinguaia
2,14 %
Fonte: Inpe

Na última terça-feira (18), Porto Velho registrou em um único dia 445 focos de calor, e foi o município com o maior número de queimadas registradas em todo o país, ficando a frente de Lábrea (AM), Poconé (MT), Colniza (MT) e Apuí (AM):

  1. Porto Velho – 445
  2. Lábrea – 157
  3. Poconé – 124
  4. Colniza – 112
  5. Apuí – 89

 

Do total de focos de calor, 51 foram registrados em terras indígenas, 152 em unidades de conservação estaduais, e 44 em unidades de conservação federais.

A coleta dos dados

 

O Inpe realiza medições desde 1986, após ter realizado um experimento de campo em conjunto com pesquisadores da Nasa. O sistema, porém, foi aperfeiçoado em 1998 após a criação de um programa no Ibama para controlar as queimadas no país. Os dados da série histórica estão disponíveis desde junho de 1998.

Um foco precisa ter pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura para que os chamados satélites de órbita possam detectá-lo. No caso dos satélites geoestacionários, a frente de fogo precisa ter o dobro de tamanho para ser localizada.

Ciclo do desmatamento

 

As queimadas na Amazônia têm relação direta com o desmatamento. O fogo é parte da estratégia de “limpeza” do solo que foi desmatado para posteriormente ser usado na pecuária ou no plantio. É o chamado “ciclo de desmatamento da Amazônia”.

Após o fogo, o pasto costuma ser o primeiro passo na consolidação da tomada da terra. Nos casos em que a ocupação não é contestada e a terra é de qualidade, o próximo passo é a exploração pela agricultura.

O que provoca as queimadas?

 

Para haver fogo, é preciso combinar: fontes de ignição (naturais, como raios, ou antrópicas, como isqueiros ou cigarros); material combustível (ter o que queimar, como madeiras e folhas); e condições climáticas (seca).

Como a Amazônia é uma floresta tropical úmida, os incêndios mais recorrentes ocorrem quando a madeira desmatada fica “secando” por alguns meses e, depois, é incendiada para abrir espaço para pastagem ou agricultura. Segundo especialistas, um incêndio natural não se alastraria com facilidade na Amazônia.

As queimadas são apenas uma das etapas do ciclo de uso da terra na Amazônia. Depois do desmate, se nada de novo acontecer, a floresta pode se regenerar. Uma floresta secundária, no entanto, nunca será como uma original, mesmo que uma parte da biodiversidade consiga se restabelecer. Na prática, o que acontece é que a mata não tem tempo de crescer de novo.

FONTE: G1 

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