Uma médica do Paraná, formada na São Lucas em Porto Velho, usou as redes sociais no último domingo (22/5) para reclamar de um paciente que procurou ajuda para tratar de infecção urinária. A postagem desencadeou uma discussão sobre ética na medicina. A informação é do Pragmatismo Político.
“Tem que ser muito filho de uma p* para parar no Pronto Socorro à 1 hora da manhã por conta de uma infecção urinária”, escreveu o perfil “Mari Lima”.
O comentário viralizou por outro perfil, que tirou uma captura de tela da publicação de Mari e postou com a seguinte legenda: “Daí você passa mal, vai para o hospital e sua médica é essa daqui”, disse.
Nos comentários da publicação, outros internautas descobriram o perfil no Instagram da médica e o que seria o registro no Conselho Federal de Medicina.
Outro usuário do Twitter expôs mais comentários da médica, como uma publicação em que ela reclama de gestantes e de pacientes na UPA durante o fim de semana.
CRM-PR abre sindicância
O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) abriu sindicância nesta segunda-feira (23) para apurar a conduta da médica. O conselho justificou que abriu a sindicância a partir de denúncias sobre “comentários desrespeitosos, com pacientes e aos princípios que regem a atividade”.
A médica trabalha como plantonista em uma unidade de pronto atendimento de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), por meio de uma empresa terceirizada. O município ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Veja a nota do CRM:
O CRM-PR confirma ter instaurado procedimento sindicante ex officio nesta data, 23 de maio de 2022, para apurar denúncia em que comentários desrespeitosos, com pacientes e aos princípios que regem a atividade, teriam sido compartilhados nas redes sociais por profissional de Medicina com inscrição e atuação na jurisdição desta Autarquia.
O trâmite ocorre sob sigilo, em respeito ao direito de ampla defesa e contraditório. O Conselho reafirma agir com zelo na preservação dos valores hipocráticos.
Infecção urinária não pode ser tratada com descaso
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a infecção do trato urinário (ITU) é uma das causas mais comuns de infecção na população geral. Particularmente as mulheres são mais vulneráveis, sobretudo porque possuem menor extensão anatômica da uretra do que os homens, e maior proximidade entre a vagina e o ânus.
A condição pode acometer somente o trato urinário baixo, sendo chamada de “cistite”, ou afetar também o trato urinário superior (infecção urinária alta), sendo chamada de “pielonefrite”.
A cistite, quando não tratada adequadamente, pode evoluir para pielonefrite e se agravar, podendo levar à sepse (infecção generalizada) e óbito.
Por isso, é importante iniciar o tratamento o mais cedo possível para a infecção não avançar pelo organismo. “Eu fui na emergência com infecção urinária e o médico me mandou pra casa, no dia seguinte voltei porque não aguentava e estava em choque séptico, fiquei em coma 3 dias e fiz hemodiálise”, desabafou uma internauta. “Minha sogra faleceu de infecção urinária. É algo seríssimo”, comentou outra.
Fonte: Rondoniaovivo