O presidente do Senegal, Macky Sall, comunicou nesta quinta-feira, 26, que onze recém-nascidos morreram após um incêndio no departamento neonatal do Hospital Mame Abdou Aziz Sy Dabakh, na cidade senegalesa de Tivaouane.
“Acabei de saber, com dor e consternação, da morte de 11 bebês recém-nascidos”, disse Sall em uma postagem no Twitter.
“Expresso minha profunda compaixão por suas mães e suas famílias”, acrescentou.
O incidente ocorreu no hospital Mame Abdou Aziz Sy Dabakh e foi causado por “um curto-circuito”, segundo o político senegalês Diop Sy. “O fogo se espalhou muito rápido”, afirmou.
O prefeito da cidade, Demba Diop, disse que três bebês foram salvos. De acordo com a mídia local, o hospital foi inaugurado recentemente.
Em comunicado, o Ministério da Saúde do país disse que um plano de reação a emergências foi implementado e “arranjos estão sendo feitos para a assistência às famílias das vítimas”.
O comunicado do ministério acrescentou que o ministro da Saúde, Abdoulaye Diouf Sarr, que estava participando da Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, encurtou a viagem e vai retornar ao Senegal nesta quinta-feira.
“Esta situação é muito infeliz e extremamente dolorosa”, disse Sarr em entrevista no rádio. “Uma investigação está em andamento para descobrirmos o que aconteceu.”
O Ministro do Planeamento Regional e Governo Local senegalês, Cheikh Bamba Dièye, descreveu o incidente como “horrível e inaceitável”, pedindo uma investigação dos sistemas de saúde do país.
“Estou chocado com a morte horrível e inaceitável de 11 bebês recém-nascidos em Tivaoune. A recorrência de tragédias em nossos hospitais nos lembra da obrigação de revisar minuciosamente a qualidade do serviço de saúde. Minhas mais profundas condolências às famílias”, disse ele em uma postagem no Twitter.
O incêndio ocorre após vários incidentes em unidades de saúde pública no Senegal, setor onde existe uma grande disparidade entre as zonas urbanas e rurais.
Em Linguère, em abril, ocorreu um incêndio em um hospital e quatro recém-nascidos morreram. O prefeito da cidade culpou um mau funcionamento elétrico no ar condicionado da maternidade.
Há poucas semanas, três parteiras foram condenadas pela morte de uma mulher grávida a quem foi recusado um pedido de cesariana, porque o procedimento não havia sido agendado. Ela morreu em 1º de abril, 20 horas depois de sua chegada. O ministro da Saúde reconheceu que a morte poderia ter sido evitada e, um mês depois, três parteiras que estavam trabalhando na ocasião foram condenadas por “não assistência a uma pessoa em perigo”.
O diretor da Anistia Internacional no Senegal, Seydi Gassama, pediu uma inspeção e atualização dos serviços de neonatologia em todo o país após a morte “atroz” dos quatro bebês em Linguère.
A Amnistia “insta o governo a criar uma comissão de inquérito independente para encontrar os responsáveis e punir os culpados, independentemente de seu status no aparelho do Estado”, publicou no Twitter.
Fonte: VEJA