No último final de semana foi lembrado o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. A doença contagiosa, que é causada pelo poliovírus (sorotipos 1, 2, 3), é conhecida popularmente como paralisia infantil.
O Brasil não registra casos de poliomielite há mais de 20 anos, graças à vacina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou no último mês de agosto que apenas dois países no mundo ainda registravam casos da doença: Paquistão e Afeganistão. Mas o risco da doença voltar ao solo brasileiro ainda existe e, para evitar isso, é necessário vacinar as crianças de 1 a 4 anos.
Um produtor rural de 50 anos que foi infectado pelo vírus no primeiro ano de vida contou ao G1 que a cada dia tenta superar as sequelas causadas pela paralisia infantil.
Israel Souza mora atualmente na zona rural do município de Alta Floresta (RO), a 1.120 quilômetros de Porto Velho. Ele tem esposa e uma filha de 6 anos.
“O fato de andar arrastando faz com que eu tenha dificuldade em desempenhar o serviço como eu queria. Mas na medida do possível, pro meu viver, consigo trabalhar”, diz.
No sítio de família, Israel mexe com piscicultura e também tem habilidades com a marcenaria. O produtor destaca, que mesmo diante de toda a força de vontade em continuar fazendo atividades na roça, encontra grandes dificuldades por conta da paralisia.
A poliomielite pode infectar crianças e adultos por via fecal-oral (através do contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas). A vacina contra o vírus é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A doença em Israel evoluiu quando ele era criança e foi motivada devido à falta de vacina, segundo contou a mãe do sitiante, Geuza Alves.
“A paralisia infantil no meu filho se deu quando ele tinha um anos e três meses. Era uma época que dava muita paralisia infantil. Mas nunca deixei meu filho para trás. Não é porque ele não tem pernas que ele não vai andar. Hoje ele consegue se virar sozinho porque eu sempre o incentivei a não ficar preso. A gente tem que ensinar os filhos a andar para o mundo”, diz.