Um dia após a desocupação, a Polícia Militar começou na quarta-feira (26) um reconhecimento de parte da fazenda Nossa Senhora Aparecida em Chupinguaia (RO). Nenhum invasor foi localizado.
A ação começou durante a tarde e foi acompanhada por oficiais de Justiça, representante da Promotoria e o Corpo de Bombeiros. Segundo a PM, a equipe caminhou cerca de 4 km em trilhas no meio da mata fechada, passando por obstáculos naturais e outros confeccionados pelos invasores como: pneus, cercas de arame farpado e pontes improvisadas.
Em nota, a corporação informou que pelo caminho foi possível identificar “diversos materiais explosivos já utilizados (fogos de artifício), pedaços de faixas da Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e placas indicando pontos estratégicos utilizados pelos invasores”.
E indica que ao chegar ao local denominado Acampamento Manoel Ribeiro, estavam dezenas de “barracos confeccionados com pedaços de madeiras da mata nativa, galhos e lona. Também foi observado que diversas roupas e pequenos objetos foram deixados”.

Polícia Militar vistoria desocupação de fazenda invadida em RO — Foto: P5 do 3º BPM/Divulgação
Ainda de acordo com os agentes que estiveram no local, a área possuía diversos pontos de observações, inclusive acima do nível das árvores e dezenas de “guaritas improvisadas” espalhadas no entorno do acampamento.
Mais de 240 famílias estavam acampadas na fazenda há cerca de 10 meses. A polícia realizava patrulhamento ostensivo na região para evitar conflitos até a saída voluntária dos camponeses no início desta semana.
A área da Nossa Senhora Aparecida, em Chupinguaia, é uma das três fazendas que surgiram da divisão das terras da Fazenda Santa Elina, onde ocorreu o conhecido como Massacre de Corumbiara. Por esse motivo, a área seria uma espécie de símbolo da luta dos camponeses pela terra.
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Fonte: G1