Fora da Champions e com estádio para pagar, Tottenham se vê em aperto financeiro bilionário

Clube inglês tem problemas para quitar a construção da nova casa em meio à redução de receitas por causa da pandemia. Projeção para 2020/21 é de perdas de 200 milhões de libras
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O término da temporada será melancólico para o Tottenham. Finalista da última Liga dos Campeões, o time do técnico José Mourinho não tem mais chances de classificação para a próxima Champions. Hoje estaria fora até da Liga Europa, mesmo com a vitória no último fim de semana sobre o Leicester. Esse cenário, também de incertezas sobre a presença de público, projeta o próximo ano como ainda mais complicado, diante das obrigações financeiras com o novo estádio.

– Acredito que nenhum de nós poderia prever quão difícil e incerta essa temporada seria, dentro e fora de campo. Ser competitivo no nível mais alto do futebol aumenta o desafio de entregar melhoras ano após ano, e atender às altas expectativas que nós temos agora. Estou certo que não vimos as melhores performances e resultados que gostaríamos – declarou o presidente do clube, Daniel Levy, por meio de nota oficial.

No comunicado do último domingo, o presidente deixou clara a insatisfação com o retorno do investimento feito para a temporada. O Tottenham gastou em excesso £130 milhões de libras (cerca de 878,7 milhões de reais) para trazer novos jogadores e receber a comissão técnica de José Mourinho, em novembro.

Descontente também está a torcida, que organizou um protesto no último clássico contra o Arsenal. Hoje o time está em sétimo lugar no Campeonato Inglês, a um ponto do sexto colocado, o Wolverhampton, faltando uma rodada para o fim da competição.

Foi eliminado nas oitavas de final da Champions com duas derrotas para o RB Leipzig, sem nenhum gol marcado. De qualquer forma, Mourinho e diretoria se defendem publicamente.

O Tottenham emplacou quatro participações seguidas na Champions. Mas na temporada que vem pode ficar fora até da Liga Europa, algo que não acontecia desde 2014/15.

Mesmo sob pressão, José Mourinho tem o apoio do presidente do Tottenham — Foto: Getty Images

Mesmo sob pressão, José Mourinho tem o apoio do presidente do Tottenham — Foto: Getty Images

Só que o grande problema do Tottenham mede 51 metros de altura e tem capacidade para 62.303 torcedores. O novo estádio é o maior dos times de Londres e o segundo entre os clubes do país. Inaugurado em abril do ano passado, tem o custo estimado em até 1 bilhão de libras, por todo o projeto. Mas a ausência de público por causa do coronavírus, seja para jogos ou shows na arena, impactou esse pagamento.

Segundo o “The Sun”, o Tottenham ainda precisa pagar 852 milhões de libras pelo financiamento da construção do estádio. Seriam em média 37 milhões de libras por ano até 2042.

No dia 4 de junho, o clube pegou um empréstimo de 175 milhões de libras (cerca de 1,2 bilhão de reais na data) junto ao Banco da Inglaterra, dentro do programa de auxílio financeiro do governo às empresas afetadas pela pandemia. Medida para amenizar a perda de receitas prevista para a próxima temporada, de 200 milhões de libras. O empréstimo precisa ser quitado até abril de 2021.

Conhecido pelo controle rígido das finanças, o presidente do Tottenham chegou a anunciar um corte salarial de 20% nos meses de abril e maio a 550 funcionários do clube. Mas Daniel Levy se viu obrigado a mudar a decisão depois das críticas recebidas: nada de demissões e redução dos vencimentos apenas dos membros do conselho.

Imagem panorâmica do interior do Estádio do Tottenham — Foto: Getty Images

Imagem panorâmica do interior do Estádio do Tottenham — Foto: Getty Images

Levantamento da Deloitte de antes da epidemia apontou o Tottenham como o oitavo clube de maior faturamento no mundo, com 521 milhões de euros anuais. Duas explicações: as receitas com os jogos em Wembley enquanto o novo estádio era construído e a participação na Liga dos Campeões. Por chegar na última final, foram pelo menos 100 milhões de euros. A questão é que, na próxima temporada, não haverá Champions.

E público? Ainda não se sabe. O presidente Daniel Levy faz parte do grupo de trabalho da Premier League que dialoga com as autoridades britânicas sobre a volta dos torcedores aos estádios. O Tottenham planeja reabrir a casa em agosto, para os tours de visitação. Na semana passada, iniciou os processos de renovação dos tickets de temporada.

O recente empréstimo de 175 milhões de libras não será usado em novas contratações, mas sim para garantir “flexibilidade financeira” e capital de giro. José Mourinho já foi avisado pela diretoria que a situação do clube é pior do que a da maioria da Premier League. Um dos alvos é o brasileiro Willian, em fim de contrato com o Chelsea.

O último compromisso desta temporada será contra o Crystal Palace, em 14º lugar no Campeonato Inglês, fora de casa, no próximo domingo.

Tottenham tem conta bilionária para pagar por causa do novo estádio — Foto: Getty Images

 

 

FONTE: GE

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