A Polícia Federal deflagrou, entre os dias 24 e 27 de maio, a Operação Kaapora visando desarticular grupo criminoso envolvido com desmatamento e garimpo ilegal em terras indígenas no Estado de Rondônia.
Foram realizados incursões e sobrevoos nas Terras Indígenas Zoró, Roosevelt e Sete de Setembro com o objetivo de inutilizar instrumentos para a prática de crimes ambientais. Durante a operação, foram fiscalizadas sete madeireiras em Espigão D’Oeste/RO suspeitas de comprar e vender madeira de origem ilegal, sendo que seis empresas tiveram seu funcionamento suspenso e duas pessoas foram presas em flagrante. Ainda no contexto da operação foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em face de lideranças indígenas, servidores públicos entre outros indivíduos envolvidos com garimpo ilegal.
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Durante a operação, foram empregados 80 servidores, incluindo policiais federais do Comando de Operações Táticas (COT), Grupo de Pronta Intervenção (GPI) e Comando de Aviação (CAV) da Polícia Federal. A ação, que ocorre no âmbito da Operação Guardiões do Bioma, também contou com o apoio do IBAMA, FUNAI, SEDAM/RO, INDEA/MT e do Grupo de Operações Aéreas dos Bombeiros Militares de Rondônia (GOA).
Segundo a Polícia Federal, as investigações tiveram início em 2021 quando duas pessoas, entre elas um indígena, foram presos em flagrante portando 53,50g gramas de ouro. Após intenso trabalho investigativo a Polícia Federal identificou complexo esquema criminoso instalado no Estado de Rondônia que envolvia lideranças indígenas da Terra indígena Zoró, servidores públicos e garimpeiros de Espigão do Oeste/RO.
As apurações relevaram que as lideranças indígenas permitiam a extração ilegal de ouro e madeira da reserva, recebendo em contrapartida uma porcentagem dos lucros ilícitos. A Polícia Federal identificou ainda a possível participação de servidores públicos que foram afastados cautelarmente das suas funções.
Durante as incursões e sobrevoos foram encontrados diversos pontos de desmate com árvores derrubadas nas Terras Indígenas Zoró, Roosevelt e Sete de Setembro, dois acampamentos improvisados, três motos e um carro utilizados no deslocamento interno dos infratores. Todos estes meios para a prática de infrações ambientais foram inutilizados, em conjunto com o IBAMA, visando cessar a continuidade de atividades criminosas.Diversas irregularidades foram identificadas nas madeireiras fiscalizadas, entre elas, madeiras sem cadeia de custódia, divergentes dos documentos apresentados, motivo pelo qual de sete empresas fiscalizadas seis foram embargadas com aplicação de sanções administrativas. Duas pessoas foram presas pela prática do crime de falsidade ideológica e receptação qualificada, com pena de reclusão de até oito anos.
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Fonte: Jornal Rondoniavip