Em comunicado às distribuidoras de combustíveis, a Petrobras alertou, nesta quarta-feira (24), que não atenderá 100% da demanda de diesel para março e abril. As informações são da agência Reuters.
A notícia vem em meio a crise instalada na petrolífera após a decisão de Jair Bolsonaro em substituir o atual presidente da empresa, Roberto Castello Branco, pelo general Silva e Luna. A substituição vem após pressão sobre o chefe do Planalto diante dos sucessivos aumentos nos preços dos combustíveis devido à política de preços da estatal, que está atrelada ao mercado internacional.
Segundo a Reuters, o alerta da Petrobras sobre a demanda de diesel se dá por conta da queda de importações por agentes privados.
“Importadoras vêm afirmando desde o ano passado que estariam com dificuldades de realizar compras externas, pois a Petrobras estaria praticando preços abaixo da paridade de importação no mercado doméstico, impedindo a comercialização de volumes trazidos do exterior”, diz a agência.
Em nota, a Petrobras afirmou que, “por não ser a única fornecedora de combustíveis ao mercado brasileiro, não tem como avaliar o risco do suprimento nacional”.
Já a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou que as distribuidoras notificaram o órgão sobre as demandas de diesel para março e abril, mas disse que não há risco de desabastecimento.
“Nós não enxergamos hoje o risco de desabastecimento nesse futuro assinalado (março e abril). A ANP está monitorando a questão, mas não enxergamos esse risco ainda”, afirmou à Reuters Rodolfo Saboia, diretor-geral da agência.
Fonte: FÓRUM