Covid-19 já mata mais que infarto, trânsito, diabetes e outras causas mais comuns de óbitos em MG

Enquanto todas as mortes mantêm estabilidade, as provocadas pelo coronavírus avançam em progressão geométrica.
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De março a julho deste ano, a Covid-19 já matou, em Minas Gerais, mais que outras cinco doenças que estão entre as principais causas de óbitos no país. A infecção causada pelo novo coronavírus também matou mais que o triplo que o trânsito no estado.

As informações são de levantamento feito pelo G1 junto à Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Foram levantados os números de morte por infarto, acidente vascular cerebral (AVC), doença pulmonar obstrutiva crônica, Alzheimer, acidentes de trânsito, diabetes, cirrose e outras doenças do fígado.

O levantamento considerou o período de março a julho, uma vez que a primeira morte registrada por Covid-19 em Minas Gerais foi em 28 de março. E ainda não há dados consolidados das mortes das principais doenças no mês de agosto, até o momento.

Veja os números das principais causas de morte em MG
Somas de março, abril, maio, junho e julho de 2020
3.7573.7572.7692.7692.3782.3782.3522.3521.6521.652991991980980739739AVCCovid-19DiabetesInfartoDoença Pulmonar O…Cirrose e outras doe…AlzheimerAcidentes de trânsito05001000150020002500300035004000

AVC
3.757
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

O novo coronavírus já causou mais vítimas que todas essas principais causas de morte, exceto pelo AVC, considerando os dados até 31 de julho (veja gráfico acima). Foram 3.757 mortes por AVC, contra 2.769 mortes por Covid-19 no estado no período.

No entanto, o número de mortes provocadas por todas as causas listadas não sofre grande variação mês a mês, enquanto, no caso da Covid-19, as mortes aumentam progressivamente. Em três meses, o novo coronavírus já tinha matado mais de mil mineiros. Em 19 dias, o número passou dos 2 mil. E, até esta segunda-feira (24), o novo coronavírus já tinha matado 4.805 mineiros.

“Isso mostra uma coisa muito simples: estamos vivendo um período de guerra. Um período crítico, que acontece só muito raramente na história da humanidade. A última coisa parecida com isso foi a gripe espanhola, tem 100 anos. E mostra também como as medidas de distanciamento surtiram efeito. Senão, teríamos muito mais mortes”, afirmou o infectologista Estevão Urbano.

Só em julho deste ano, a doença tirou 1.762 vidas.Para comparação, no mesmo mês, 517 pessoas morreram com AVC – menos de um terço (veja gráfico abaixo).

Mortes por Covid-19 aumentaram exponencialmente entre maio e agosto
Dados de 28 de março a 24 de agosto de 2020
Covid-19AVCMarçoAbrilMaioJunhoJulhoAgosto, atédia 2405001000150020002500
Fonte: Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

Além disso, também em julho, 161 morreram por doenças hepáticas, 166 morreram por Alzheimer, 80 no trânsito e 310 de infarto. Ou seja, somente no mês passado a Covid-19 já matou 10 vezes mais que as doenças hepáticas e que Alzheimer, 22 vezes mais que o trânsito e mais que 5 vezes o número de mortes por infarto.

Um em cada 5 internados morre por Covid

 

O número da Covid-19 em Minas já bate a principal causa de morte no Brasil, a cardiopatia isquêmica, que pode levar ao infarto. Entre março e julho deste ano, 2.352 vidas foram perdidas pela doença em MG.

Diabetes também é uma das causas mais comuns de óbitos. Mesmo assim, não supera as provocadas pela Covid-19. No estado, 2.378 morreram com diabetes de março a julho.

O mesmo ocorre com as mortes por doença pulmonar obstrutiva crônica, que foi responsável por 1.652 óbitos no período.

No caso dos acidentes de trânsito, que também está entre uma das maiores causas de mortes no país, 739 pessoas morreram entre março e julho deste ano, número mais que três vezes menor que o de mortes provocadas por Covid-19.

Estevão Urbano, que integra o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Belo Horizonte, lembra que mesmo que haja redução no contágio do novo coronavírus, a mortalidade entre os casos da doença que precisam de internação é elevada.

“De cada cinco indivíduos que vão para o hospital, uma morre. Se vai para o CTI, a chance é maior ainda. Isso mostra que por mais que números estejam melhores, as pessoas ainda correm risco muito considerável”, disse.

FONTE: G1

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