CAMPO NOVO DE RO: Conflitos no campo: série de reportagens mostra cenários de violência em Rondônia

Repórter entrou em uma área de conflito entre os municípios de Campo Novo de Rondônia e Governador Jorge Teixeira. Primeiro episódio traz relatos de propriedades rurais invadidas, vítimas torturadas e assassinadas.
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O Jornal de Rondônia 2ª Edição (JRO2) começou nesta segunda-feira (30) a exibir uma série de reportagens sobre conflitos no campo. Os episódios focam nas consequências da disputa por terras no estado.

Para conhecer essa realidade de perto a equipe de reportagem da Rede Amazônica em Rondônia entrou pela primeira vez em uma área de conflito entre os municípios de Campo Novo de Rondônia e Governador Jorge Teixeira, no Vale do Jamari (assista abaixo).

Conflitos no campo: primeiro episódio da série contextualiza a violência em Rondônia

Conflitos no campo: primeiro episódio da série contextualiza a violência em Rondônia

Veículos perfurados com vários disparos de armas de fogo evidenciam a violenta disputa por terra envolvendo torturas e pessoas assassinadas.

Ainda em meio a pandemia de Covid-19 as forças de segurança do estado fizeram operações de reintegração de posse determinadas pela Justiça.

Relatos de testemunhas que participaram dessas operações dizem que em Campo Novo, por exemplo, houve invasões por parte de “guachebas” [capatazes] que teriam metralhado carros e espancado pessoas na calada da noite.

Veículos com marcas de tiros em áreas de conflito em Rondônia  — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Veículos com marcas de tiros em áreas de conflito em Rondônia — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Conflitos no estado

 

Em 2021, Rondônia foi o estado com maior número de pessoas assassinadas em consequência de conflitos no campo, segundo o relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgado em abril. Em todo o Brasil foram registrados 35 assassinatos por conflitos no campo, 11 deles em disputas por terra em Rondônia.

Segundo Raphael Bevilaqua, procurador da República, o relatório da CPT é usado como parâmetro pelo Ministério Público Federal (MPF) durante as apurações. Para o órgão, a luta violenta por terras só deve diminuir com políticas públicas efetivas.

“E esse número de mortes tem aumentado nos últimos anos por conta do agravamento da questão da luta pela terra no estado de Rondônia”, apontou o procurador.

Ainda de acordo com o relatório da Comissão Pastoral da Terra, a maioria dos conflitos no campo em Rondônia estão concentrados no entorno da capital. A região do distrito de Nova Mutum é uma das mais violentas.

Segundo a CPT, em agosto de 2021 durante uma operação policial três pessoas foram mortas e outras cinco ficaram desaparecidas, todas as vítimas eram ligadas a movimentos sociais que lutam por terras.

No segundo episódio a série vai mostrar a rotina de quem convive com o medo, mas não abre mão de lutar pela terra.

Fonte: G1-RO

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