O anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira (19) de que Joaquim Silva e Luna será indicado para comandar a Petrobras no lugar de Roberto Castello Branco recebeu críticas de antigos aliados.
- Nome indicado para comandar Petrobras é diretor da Itaipu e será o primeiro militar a assumir a estatal desde 1989
- Papéis da Petrobras despecam em NY após Bolsonaro indicar novo presidente da estatal
- Bovespa é puxada por forte queda da Petrobras após pressão de Bolsonaro
Veja abaixo a repercussão sobre troca de comando na estatal.
Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização do Ministério da Economia
“Lastimável a decisão do governo de tirar Roberto Castello Branco do comando da Petrobras. Roberto é um profissional extremamente qualificado que tirou a empresa literalmente do fundo do poço após o maior escândalo de corrupção do planeta. Em seu lugar será nomeado mais um militar.”
Rodrigo Maia, deputado federal pelo DEM-RJ
“Sinal da força da agenda liberal e das privatizações no governo Bolsonaro”, ironizou o ex-presidente da Câmara dos Deputados, no Twitter.
Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI)
“Vejamos, qual a justifica para catapultar o Castello Branco? Manda (no preço) quem pode e obedece quem tem juízo? Que boa coisa a se fazer para acalmar os ânimos do mercado. Que decisão acertada, em meio ao caos, não é mesmo?”
Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central
“Boa tarde, Venezuela”, disse o economista.
Luiz Octavio da Motta Veiga, ex-presidente da Petrobras
“O governo quer controlar preço para não impactar a inflação. Dilma e Collor tentaram segurar. Agora estamos em outro modelo que é segurar preço para fazer populismo. No fundo é a mesma coisa por razões diferentes. É lamentável que isso aconteça, o presidente Castello Branco vinha tocando de uma forma bastante respeitada essa missão de desinvestir muita coisa.”
Rodrigo de Castro, líder do PSDB na Câmara dos Deputados
“A troca do comando da Petrobras anunciada na noite desta sexta é uma sinalização muito ruim ao mercado e também aos preceitos da administração pública e, dada a movimentação do governo de ontem para hoje, pode sugerir interferência política indevida na empresa.”
Cláudio Frischtak, economista
“É péssimo do ponto de vista da Petrobras, da sua governança, afinal de contas, rompe-se com o princípio básico de não interferência dessa natureza. Ela vai sofrer uma destruição de valor. Quão maciça será a destruição vai depender dos próximos passos, do próprio conselho, do novo presidente, o que vai ser anunciado como política de preços de combustíveis no país. Se for anunciado algo que é inconsistente com os interesses da empresa, é muito ruim para a empresa e também um péssimo sinal do ponto de vista da governança das demais empresas estatais, porque se a Petrobras pode sofrer esse tipo de intervenção, qualquer empresa estatal pode sofrer esse tipo de intervenção”.