Anticorpos monoclonais: entenda o tratamento experimental que Trump recebeu contra a Covid

Com amostras de pacientes que já tiveram a doença, cientistas conseguiram criar um medicamento com os anticorpos que impedem a ação do vírus nas células. O tratamento ainda está em fase de testes e não teve registro aprovado.
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Com um resultado positivo para a Covid-19, o presidente Donald Trump recebeu um tratamento em fase experimental produzido pela farmacêutica Regeneron. Ainda em testes em humanos, os cientistas usam os linfócitos B (células que produzem os anticorpos) de pacientes que já tiveram a doença.

Entenda como funcionam os anticorpos monoclonais neutralizantes:

 

  • Cientistas buscam os linfócitos B de pacientes que já tiveram a Covid-19;
  • Depois, eles identificam os anticorpos e fazem vários estudos para descobrir qual deles consegue neutralizar o vírus e, assim, evitar que ele entre nas células humanas;
  • No caso do tratamento de Trump, uma dupla de anticorpos foi utilizada. Os cientistas usam os genes dos anticorpos neutralizantes e inserem em uma célula padronizada, chamada de célula CHO;
  • Com isso, os pesquisadores tentam criar um coquetel com os anticorpos isolados do coronavírus para uso preventivo ou durante a evolução da doença;
  • No Brasil, o Instituto Butantan estuda um medicamento com a mesma metodologia. Ana Maria Moro, coordenadora do projeto, disse que as pesquisas da Regeneron estão entre as mais avançadas no mundo, nas últimas etapas de estudos.

 

Cientista trabalha na farmacêutica Regeneron, que desenvolve coquetel experimental para tratamento da Covid com uso de anticorpos.   — Foto: Regeneron via AP

Cientista trabalha na farmacêutica Regeneron, que desenvolve coquetel experimental para tratamento da Covid com uso de anticorpos. — Foto: Regeneron via AP

Nesta semana, a Regeneron divulgou resultados novos de testes. Segundo a farmacêutica, o medicamento melhorou os sintomas de pacientes com a Covid-19 que não precisaram ser internados, sem efeitos colaterais. A empresa também disse que planeja entrar em contato com a FDA, agência reguladora dos EUA, para pedir autorização para uso emergencial do coquetel.

“Não tem nenhuma terapia como esta aprovada ainda. Mas os anticorpos representam uma opção segura, uma vez que você identifica quais são os neutralizantes”, disse Ana.

 

Por outro lado, Edward Jones-Lopez, especialista em doenças infecciosas da Universidade do Sul da Califórnia, em Los Angeles, disse em entrevista à Reuters que os médicos de Trump “devem estar suficientemente preocupados com o que estão vendo para decidir usar um medicamento experimental”. Segundo ele, as drogas experimentais são arriscadas por definição.

O presidente americano precisou ser levado a um hospital após receber diagnóstico nesta sexta-feira (2). Segundo o governo dos EUA, a decisão pela entrada na unidade de saúde foi tomada como medida de precaução.

De acordo com Kayleigh McEnany, porta-voz da Casa Branca, Trump foi atendido no Centro Médico Militar Walter Reed, perto da capital Washington. Imagens da televisão americana mostraram o presidente caminhando, sem aparentar maiores dificuldades, até o helicóptero que o levou ao hospital.

fonte: g1 

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