No dia 26 de janeiro deste ano, Guardiola admitia: “O Liverpool obviamente será o campeão da Premier League”. E foi. Naquela época, o treinador do Manchester City tinha certeza de qual é o seu principal objetivo na temporada: a Liga dos Campeões. Exatamente um mês depois, a equipe inglesa venceria o Real Madrid no Santiago Bernabéu. Agora, quatro meses depois, ela segue favorita?
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Nos próximos quatro dias, o ge divulga análises individuais dos oito times que ainda lutam por vaga nas quartas de final do torneio. Na semana que vem, é a vez dos quatro clubes que estão garantidos na reta final de Lisboa: RB Leipzig, Atlético de Madrid, PSG e Atalanta. O City estreia a série.
No jogo de ida, o City venceu por 2 a 1 em Madri. O reencontro acontece nesta sexta, às 16h, em Manchester. A equipe de Guardiola avança com um empate ou até mesmo com derrota por 1 a 0. O Real precisa vencer por dois gols de diferença, ou por um gol, desde que marque três ou mais vezes. Uma vitória merengue por 2 a 1 leva à prorrogação e pênaltis.
O que mudou no time? Quais desfalques? Confira tudo que você precisa saber sobre o Manchester City para a volta da Liga dos Campeões:
A temporada
Pep Guardiola até mudou algumas peças de seu time. Mas não mexeu muito nas características. Os números do Manchester City de antes e depois da paralisação do futebol devido à pandemia do novo coronavírus variam pouco. O que era expressivo continua como a marca do time: gols. Muitos gols.
- Último jogo antes da paralisação: Manchester United 2 x 0 Manchester City, 08/03/2020
- Primeiro jogo após a retomada: Manchester City 3 x 0 Arsenal, 17/06/2020
- Intervalo sem jogos: três meses e nove dias
Os Citizens têm o melhor ataque da Europa, se consideradas as cinco grandes ligas (Alemanha, Espanha, França, Itália e Inglaterra). São 146 gols marcados em 57 jogos na temporada. Nenhuma outra equipe balançou tanto as redes. O Bayern de Munique chega perto e tem melhor média por partida: marcou 143 vezes em 48 confrontos, que lhe dá um índice de 2,9 gols por jogo, contra 2,5 dos ingleses.
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Pré-paralisação:
- 110 gols marcados
- 42 gols sofridos
- 73,3% de aproveitamento
O aproveitamento pouco variou entre os dois períodos, mas a média de gols deu um salto. Antes da parada, o City fazia 2,4 gols por partida e tinha 73% de aproveitamento. Agora, chega para o duelo contra o Real com média de três convertidos por jogo e 75% dos pontos conquistados em seus 12 compromissos desde a retomada do futebol na Inglaterra.
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Após a retomada do futebol:
- 36 gols marcados
- 7 gols sofridos
- 75% de aproveitamento
Os números ofensivos são animadores. Ainda mais por estar em vantagem no confronto contra o Real Madrid. No entanto, Guardiola tem 11 derrotas na temporada, quantidade maior que em qualquer um dos três anos anteriores do técnico no clube: seis (2018/19), sete (2017/18) e 10 (2016/17).
Os 49 gols sofridos só não são piores que os 60 de sua temporada de estreia em Manchester. Diante do problema, Guardiola fez testes na defesa em busca de um parceiro ideal para Laporte. O jovem espanhol Eric Garcia, de 19 anos, ganhou chances e foi titular nas últimas três partidas. Mas a experiência de Fernandinho deve contar diante do Real Madrid.
No ataque, outro jovem obteve mais espaço no período após a paralisação. Phil Foden esteve em 11 dos 12 jogos desde a retomada do futebol na Inglaterra. Foi titular em seis. E marcou cinco dos seus oito gols na temporada apenas nesse período.
Destaques
Não é em vão que os três principais nomes do Manchester City na temporada formem o Top-3 dos jogadores com mais minutos na equipe de Pep Guardiola em 2019/20: Ederson, Sterling e De Bruyne. O trio manteve o desempenho antes e depois da paralisação.
O goleiro brasileiro terminou com a Luva de Ouro de melhor da sua posição na Premier League. Foram 16 jogos sem ser vazado em 35 disputados na liga, com 28 gols sofridos.
Sterling vive sua fase mais goleadora da carreira. Marcou 30 vezes, cinco a mais que na temporada passada, quando havia estabelecido seu recorde. É o artilheiro do City em 2019/20.
Mas ninguém se destaca mais que Kevin De Bruyne. O belga igualou o recorde de Henry de assistências em uma só edição da Premier League, com 20 passes para gol, mesmo número obtido pelo francês em 2002/03. O meia tem 15 gols e 22 assistências por todas as competições.
Melhor em campo no Santiago Bernabéu, Gabriel Jesus também merece uma menção. O brasileiro é o centroavante titular de Guardiola na ausência de Agüero e tem 22 gols e nove assistências na temporada. Apenas De Bruyne e Sterling tiveram mais participações em gols que o brasileiro.
Em sua última entrevista coletiva, Guardiola citou que não pretende trabalhar muito o lado tático para o jogo desta sexta. E ressaltou que seu elenco está ciente do poder de reação do Real Madrid, o maior campeão continental da Europa.
“Os jogadores já conhecem o Real Madrid e sabem como jogar em uma competição europeia. Eles estavam sentados enquanto o Real Madrid ganhava as últimas finais europeias. Eles sabem”
– Por isso não é preciso dizer nada especial. A tática não vai ganhar esse jogo, mas sim a força que temos dentro de todos nós – comentou o treinador.
Gabriel Jesus foi o melhor em campo no jogo de ida e soma 22 gols e nove assistências na temporada pelo City — Foto: REUTERS/Shaun Botterill
Desfalques
Em Madri, Agüero ficou no banco e viu Gabriel Jesus brilhar. Em Manchester, o maior artilheiro da história do City estará fora novamente. O argentino ainda se recupera de lesão no joelho sofrida no dia 22 de junho, no 5 a 0 contra o Burnley. Ele voltou aos treinamentos na última semana, mas não deve ficar à disposição.
Agüero se lesionou em jogo contra o Burnley, no dia 22 de junho — Foto: Getty Images
Outra baixa é o lateral-esquerdo Mendy, suspenso por acúmulo de cartões amarelos. O português João Cancelo, que atua na direita, é opção. Guardiola o utilizou nas duas últimas rodadas do Campeonato Inglês improvisado na esquerda.
O City na Champions
O Manchester City é um dos quatro times que ainda não perderam na atual edição da Liga dos Campeões. Barcelona, Napoli e Bayern de Munique também estão invictos. Apenas os alemães têm campanha melhor do que a do time treinador Pep Guardiola:
No começo da temporada, o ge apontou o City como um dos candidatos ao título. No nosso Guia da Liga dos Campeões, a equipe inglesa teve cotação pior apenas que Liverpool, Juventus, Barcelona e Real Madrid. Agora, Guardiola tenta desbancar um favorito, no que seria sua maior conquista pelo torneio continental desde que chegou à Inglaterra.
Nos três anos anteriores, o treinador espanhol caiu nas oitavas para o Monaco, em 2017, e foi eliminado nas quartas em 2018 (pelo Liverpool) e no ano passado (pelo Tottenham). Se avançar, o próximo rival do Manchester City será Lyon ou Juventus. Os Citizens tentam o título inédito. Atingiram a semifinal uma única vez, em 2016.
Guardiola, por sua vez, tenta voltar, ao menos, a estar entre os quatro melhores. Antes de chegar ao futebol inglês, o catalão sempre alcançou tal estágio em toda sua carreira de técnico: campeão duas vezes com o Barcelona (2008/09 e 2010/11) e semifinalista em cinco ocasiões, duas pelo Barça e três no comando do Bayern.
FONTE: GE