Especialistas esclarecem dúvidas sobre variantes do coronavírus

"Precisamos estar atentos e proteger as pessoas que amamos e, também as que não conhecemos”
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A existência de novas variantes do coronavírus, as chamadas Cepas, que já foram detectadas em Rondônia e os alertas quantos aos cuidados devido ao rápido contágio, foram os principais temas durante transmissão ao vivo realizada pelo Governo do Estado de Rondônia, com a participação de especialistas e pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Os assuntos foram discutidos pelo governador do Estado, coronel Marcos Rocha, durante Live pelas redes sociais, nesta terça-feira (9).
Para detalhar ainda mais sobre o assunto, o chefe do Poder Executivo, convidou para a transmissão especialistas como o médico Juan Miguel Villalobos Salcedo, com vasto conhecimento na área de Medicina, sendo atualmente professor na Universidade Federal de Rondônia (Unir), bem como a virologista Deusilene Souza Vieira Dallacqua. Ambos fazem parte do grupo de pesquisadores da Fiocruz Rondônia. Também estiveram presentes a diretora do Laboratório Central de Saúde Pública de Rondônia (Lacen), Cicileia Correia da Silva e o titular da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) Fernando Máximo.
O governador iniciou o debate enfatizando o esforço por parte do Poder Executivo no combate à Covid-19, primando sempre pela transparência na emissão de informações sobre os casos da doença, além dos recursos investidos para atender à população. Ele citou como exemplos a aquisição de hospital de campanha, ampliação de leitos hospitalares e equipamentos e medicamentos. Além disso, o Governo do Estado, busca dar celeridade no atendimento às vidas acometidas pela doença, deixando claro o apoio garantido pelo Governo Federal quanto à transferência de pacientes para outros estados.
Mas, apesar do intenso trabalho realizado, que já se prolonga há quase um ano, ainda é evidente o aumento do número de casos positivados em Rondônia. De acordo com o governador, o aumento expressivo condiz com o comportamento pessoal das pessoas, que ainda, em sua grande maioria não compreendeu a seriedade e a gravidade da doença. “O vírus avança pelo fato das pessoas circularem e não tomando os cuidados devidos, inclusive, vão para festas e acabam levando o vírus para dentro de casa. Por isso, há a necessidade do uso da máscara, lavar as mãos, usar o álcool em gel 70%. Fico agradecido pela presença dos especialistas que fazem parte da Fiocruz, que aqui vieram para esta transmissão. É uma missão para todos os rondonienses. Precisamos tomar cuidado e adotar ações que evitem aglomerações. Precisamos estar atentos e proteger as pessoas que amamos e, também as que não conhecemos”, enfatiza Marcos Rocha.
RESULTADOS DE PESQUISAS
Dando continuidade à discussão, a virologista da Fiocruz, Deusilene detalhou sobre os últimos resultados das pesquisas que apontam o comportamento acelerado de mutação do coronavírus. Ela explicou ainda que, atualmente em Rondônia já circula uma nova variante do vírus, com o nível de contágio de alta transmissão. Ainda de acordo com a virologista, desde a caracterização genômica inicial do Sars-CoV-2, este vírus se dividiu em diferentes grupos genéticos. No Brasil a ramificação é descrita como P1 para Cepa encontrada no Estado do Amazonas e P2 para a detectada no Rio de Janeiro.
“Desde abril de 2020 iniciamos nossos trabalhos, relacionados com a vigilância genômica do vírus Sars-CoV-2, circulante no Estado de Rondônia. Esse trabalho envolve várias instituições, entre elas, o Lacen, o Centro de Pesquisas e Medicina Tropical de Rondônia (Cepem), a Sesau e a Fiocruz Amazonas. É interessante fazermos uma vigilância genômica para conhecer o vírus e observar as variantes presentes. Interessante, também é saber o que são essas variantes, geradas a cada mudança do vírus. A partir dessas variantes, é iniciada a produção de novas linhagens de vírus. Então desde o início da pandemia, em janeiro de 2020 até o momento, temos linhagens descritas no mundo todo. Hoje podemos contar com três tipos de linhagens diferentes: uma, descrita no Reino Unido, outra na África do Sul e, em dezembro, a recente linhagem descrita no Brasil, a variante P2, que já circula em diferentes estados”, salientou.
Deusilene ressaltou, também, que foi possível observar a permanência de uma linhagem que já existia aqui anteriormente, ou seja, cada vez que a população, não cumpre as medidas restritivas, conseguimos disseminar novas variantes.
CONSCIENTIZAÇÃO
Na avaliação do médico Juan Miguel, a participação da população é de suma importância, uma vez que ela contribui no controle da proliferação do vírus. Pois, com a conscientização sobre o papel que ela tem, influencia na interrupção da transmissão. “Nós estamos nos organizando em sociedade, e se a pessoa tem a consciência de sua participação social, ela passa a colaborar na eliminação da transmissão. Por isso ela precisa ser constante e contínua para que surta efeito. Não é um dia, nenhum um mês. Já estamos quase um ano de pandemia! Então, atitude contínua até que alguém diga, parou! E ainda falta muito para isso”, declarou o médico.
O secretário da Sesau, Fernando Máximo reforçou que o cenário ainda é de guerra, portanto ainda se faz necessário todas medidas de higiene que ajudam a prevenir a disseminação da Covid-19, com intuito de salvar pessoas. É por conta disso que o Governo  do Estado tem trabalhado arduamente, mas a colaboração do cidadão é fundamental. “Sei que a grande maioria da população já tem se sacrificado, mantendo o uso da máscara, ficando em casa. Porém, infelizmente, há uma parcela razoável da população que não se preocupa com o próximo, a exemplo dessas festas clandestinas e isso é péssimo. Por isso reforçamos a todos para continuar fazendo nossa parte. Neste atual cenário, estamos com os leitos hospitalares cheios, com 30 vidas na fila por uma vaga. Sem a união de forças, não conseguiremos vencer essa guerra”, reforçou Máximo.
Para a diretora do Lacen, Cicileia Correia da Silva, o aumento dos casos positivados está associado ao relaxamento da população. “Neste contexto, precisamos reforçar nossas equipes, fazer corujão em parceria com a Fiocruz, para atender a todos os testes que chegam ao Lacen”, descreveu.
O governador considerou a transmissão ao vivo como produtiva para chamar a atenção da população quanto aos riscos com a falta de conscientização de medidas sanitárias. Segundo ele, muito se ouve falar sobre as variantes do coronavírus. No entanto, pouco ainda se sabe sobre o que afinal significa e representa para a pandemia uma nova Cepa que, conforme os pesquisadores, já chegou a Rondônia com alta transmissibilidade do vírus.
FONTE: RONDONIAOVIVO

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