Com presidente afastado por mau uso do dinheiro e vice acusado de assédio sexual, handebol vive crise

Confederação Brasileira tem presidente afastado por decisão judicial, e vice punido por denúncia de assédio sexual, mas que segue no cargo; Indefinições prejudicam a preparação da seleção
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A crise está instaurada na Confederação Brasileira de Handebol (CBHb). O presidente eleito da entidade, Manoel Luiz Oliveira, foi afastado em setembro por decisão judicial acusado de mau uso do dinheiro público durante o Campeonato Mundial de 2011, sediado no Brasil. Seu vice, Ricardo Souza, cumpre suspensão de dois anos estipulada pelo conselho de ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) por acusação de assédio sexual durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, mas mesmo assim segue no cargo da entidade da modalidade por conta de uma liminar. No meio disso tudo, o terceiro da linha sucessória, Jefferson Oliveira, é presidente de um time de futebol em Manaus, o Rio Negro, e nem cogita assumir o cargo.

Manoel e Ricardo, da Confederação de Handebol — Foto: Divulgação

Manoel e Ricardo, da Confederação de Handebol — Foto: Divulgação

Manoel presidiu a Confederação por quase 30 anos, entre o fim dos anos 1980 e 2018, quando foi afastado por decisão judicial. Voltou ao poder neste ano, em abril, já que o juiz que julgava o caso em que Manoel se envolveu se declarou incompetente para chegar a uma sentença. Manoel foi denunciado pelo Ministério Público Federal de Sergipe por desvio de recursos públicos em contrato do Mundial da modalidade disputado em 2011, em São Paulo. Ele não respondeu aos contatos da reportagem do ge. Ricardo Souza, aliado político de Manoel por anos, era seu vice-presidente e comandou a entidade na ausência do tutor. Hoje são inimigos políticos. Ele assinou na última segunda-feira um ofício pedindo uma assembleia virtual para tentar antecipar a eleição. O pleito está marcado para fevereiro de 2021, mas por conta de todos os problemas, ele pede que aconteça ainda este ano.

Ricardo Souza continua assinando os despachos respaldado por uma liminar na justiça comum que indica que ele segue presidente, mesmo com a punição do COB e a questão que envolve a acusação de assédio sexual por uma funcionária da própria CBHb. Essa acusação passou direto para o COB, não foi feito nenhum Boletim de Ocorrência, portanto, não há um processo judicial.

– O que posso falar sobre a CBHb é que estamos seguindo o estatuto da entidade e, por isso, o Ricardo segue presidente. Sobre a acusação e punição, existe o sigilo do processo que sempre mantivemos e iremos manter. A punição aplicada hoje se restringe a proibição de cargo no âmbito do COB, não atingindo atividades de outras pessoas jurídicas, no caso a CBHb – disse Rodrigo Fonseca, atual diretor de comunicação da Confederação.

Apesar da punição imposta pela Comissão de Ética, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) admite que não tem como intervir na situação.

– O Ricardo de Souza foi suspenso pelo conselho de ética do COB e obteve na justiça uma liminar que permite a ele permanecer como vice-presidente da CBHb, uma vez que tal decisão limitou a suspensão dele às atividades do COB. Qualquer atitude dele no âmbito da CBHb está respaldada pelo judiciário. Desta forma, ele está suspenso no COB e não poderá integrar missões, ser eleito ou designado para nenhum cargo da entidade. Já os atos que ele vier a praticar em nome da CBHb perante o COB, estão validados pela decisão judicial – explica a assessoria do COB.

O segundo vice é Jefferson Oliveira, que é presidente do Rio Negro, time de futebol, não cogita abrir mão do cargo na equipe de Manaus para ser presidente, caso Manoel siga suspenso, e Ricardo seja impedido juridicamente de atuar no cargo:

Fonte: Guilherme Castro

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